segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Arquipélago das Berlengas: um pequeno e preservado mundo

Começo este post talvez da maneira como o deveria terminar...  mas as Berlengas, arquipélago situado a poucas milhas de Peniche, é um autêntico mundo entregue à Natureza! Que está longe de pertencer aos humanos... Vale muito a pena conhecer este pequeno mundo natural da costa portuguesa, um dos locais mais bonitos de Portugal!

O dia 04 de Agosto de 2012 começou com aquela vontade enorme de colocar o pé na estrada, "alimentada" pela minha irmã Beatriz, para conhecer este arquipélago das Berlengas e a cidade dos surfistas Peniche.
Saímos do Porto, eu, a Ana, a Bia, o Zé Pedro e Eduarda eram umas 10h00 da manhã, transportados pela carrinha Volvo V40 que acompanha a família já faz algum tempo mas que ainda faz kms como se estivesse sedenta de estrada, embarcamos nesta pequena aventura rumo a Peniche e ao arquipélago vizinho. Sempre com a Eduarda ao volante e uma boa disposição presente durante a viagem rapidamente chegaríamos à Surfers city, o mesmo que dizer que chegamos a Peniche, uma das cidades com maior tradição no surf em Portugal. Mesmo à chegada éramos brindados por um "Welcome to surfers city, Welcome to Peniche"! Conhecida pelos mais entendidos surfistas portugueses como a "Capital da Onda" fica situada numa pequena península na costa portuguesa, o que faz com que ao entrarmos pela cidade adentro esta seja envolvida por praia, dunas e grandes ondas. A Super Tubos e a Praia do Baleal são talvez as praias mais conhecidas da zona, respeitadas pelos melhores surfistas nacionais e internacionais, imensas vezes referidas pelos meios de comunicação por esse mundo fora, é onde se concentram as maiores atividades naúticas de uma cidade completamente voltada para o mar.


No extremo ocidental desta península, situa-se o Cabo Carvoeiro, com uma vista fabulosa sobre o Atlântico e para onde nos dirigimos para comprovar isto mesmo. Neste local podemos observamos também muitos adeptos da pesca, imensas gaivotas e outros tipos de aves.



Já depois de um almoço em que reinou o peixe sobre a mesa, compramos as viagens de barco para o arquipélago das Berlengas. "O arquipélago das Berlengas, declarado Reserva Natural e Reserva Biogenética do Conselho da Europa, exibe uma impressionante natureza selvagem. Um mundo que não pertence ao Homem, mas que apetece desfrutar" (Rotas & Destinos, 2003).
 



Depois da viagem na lancha "Pássaro do Sol" em que fomos brindados pela dona da embarcação com os melhores lugares (aqueles que ficam por cima da cabine de pilotagem), chegavamos finalmente a vislumbrar parte da beleza desta ilha ao largo da costa portuguesa. Parecia que  estavamos a entrar num filme do "Parque Jurássico" ou do "Piratas das Caraíbas" perante os rochedos, o mar transparente e as paisagens verdes super bem preservadas. Que chegada...

 
 
Logo após a lancha atracar no porto da ilha passamos para outro barco que nos levaria a dar a volta pelas grutas da ilha e a entrar em recantos só acessíveis por um veículo naútico. Algumas grutas tem nomes curiosos, como a Gruta do Leão que sempre que a onda entra lá dentro provoca um som que parece o rugir de um leão. O Rochedo do Elefante que tem a forma de um elefante e o rochedo chamado de Catedral que tem a forma de uma cúpula de uma catedral. Curiosidades que embelezam ainda mais a ilha e a tornam mais cinematográfica.
 
A água transparente como a água que está num copo antes de a bebermos é outro promenor agradável desta ilha, sem nenhum vislumbramento que nos fizesse lembrar de poluição e sendo que definitivamente por estas terras apenas existe referência a esta palavra como forma de consciencialização, é incrível este lugar em Portugal! Um dos locais mais bonitos do país e talvez um dos mais preservados em todo o mundo. Não resisti e mergulhei mesmo nas águas geladas mas limpidas da ilha, um mergulho que me soube pela vida...

Confesso que depois da visita às Berlengas e a Peniche cheguei a casa com aquela sensação de enrequecimento, uma viagem que valeu muito a pena! Incrível como existe este lugar... e aqui tão perto!

 


Arquipélago das Berlengas numa palavra: Preservado.

terça-feira, 6 de março de 2012

4 Dias 4 Destinos: Salamanca - Sevilha - Granada - Serra Nevada - Salamanca

1º dia

Foi no dia 24 de Fevereiro de 2012 pelas 14h25, com Luíza Vitória e Roberta Wanessa, que faziam a última viagem de uma jornada de estudos pela Europa, que partimos com um roteiro elaborado que passava por Sevilha, Granada e Serra Nevada.
Com os tickets dos "autobuses Alsa" comprados, os hostels/pensões estrategicamente reservados para não termos de andar muito tempo com as mochilas às costas e com a comida para as primeiras horas desta tour, pegamos o autobus para Sevilha.
Chegamos a Sevilha era já de noite, o relógio marcava as 22h e derigimo-nos para a "Pénsion Gravina", uma pensão que se tentou adaptar ao conceito hostel por força do surgimento destas novas unidades hoteleiras que cada vez vão ganhando mais e mais adeptos em todo o mundo e uma grande expressividade. Hoje em dia existem hostels muito baratos e com uma qualidade de alojamento muito boa.
Retomando a nossa chegada à "Pénsion Gravina", deparamo-nos com uma pensão que era uma tentativa de adaptação do termo hostel, mas só isso mesmo, uma tentativa de adaptação! Esteticamente muito pobre, os quartos com uma decoração muito antiga e claramente ultrapassada, a casa de banho que não mostrava muita confiança para com a higiene, sendo uma para cada piso numa pensão lotada... era uma casa de banho com uma sanita/vaso sanitário e um chuveiro para mais ou menos 15 pessoas e a isto juntando-se o fato de funcionários com uma idade avançada andarem de um lado para o outro sempre a reclamar... que atingiu o nível máximo, quando pedi o recibo no último dia! Esta pensão/hostel de bom só tinha mesmo a localização.
Neste primeiro dia de chegada a Sevilha só deu mesmo tempo e vontade para o check-in e dormir acompanhados por um calor de fevereiro tipíco do sul de Espanha.

2º dia

No dia seguinte, já com as baterias restabelecidas e com Sevilha aguardando por nós, saímos rumo à beira rio, onde vislumbramos a "Plaza de Toros de Sevilla", que tem a particularidade de se confundir com as casas que a rodeiam, é enorme por dentro, mas por fora não parece ser assim tão grande, pois é envolvida por inúmeras casas. A entrada da praça de touros tem estátuas de figuras emblemáticas das touradas e uma cor amarela chamativa na sua fachada. Não entramos na praça de touros porque no fim de semana anterior tinhamos assistido a uma tourada em "Ciudad Rodrigo", e por essa razão decidimos ir em direção à "Torre de Oro", muito perto da praça de touros, é um dos cartões postais de Sevilha. Daqui podemos observar a cidade de Sevilha do alto, valendo muito a pena tirar umas fotos.




Depois do passeio matinal pela beira rio, fomos até à "Plaza de España", sempre seguindo o mapa turístico que arranjamos no hostel/pensão, chegaríamos facilmente ao destino. No caminho até lá passamos pela "Puerta de Jerez" e pela Universidade, onde antigamente era uma fabrica de tabaco. A "Puerta de Jerez" e as ruas perto desta são das mais movimentadas de Sevilha, com muitos "recuerdos", mercadinhos, restaurantes e os mitícos coches por cavalos, que são umas das imagens de marca de Sevilha. Ali perto fica o edifício principal da "Universidad de Sevilla", bastante antigo e muito bem conservado, tem acesso para o seu interior e onde podemos sair por outra porta que vai dar em frente ao "Teatro Lope de Vega", com muita cor e seus arredondados feitios é um edifício muito bonito, imperial e fica mesmo ao lado da "Plaza de Espanã", nosso destino. A "Plaza de España" é tudo o que se possa imaginar de romântico e inspeirador. Uma obra em semi-circulo, que tem no seu centro uma fonte, e um mini-rio onde barcos a remos circulam. Esta praça é um símbolo de Sevilla, e um dos locais mais bonitos por onde já passei.




Explorada ao máximo a espetacular "Plaza de España", e já depois depois do almoço(...no macdonald`s!), hora de rumar à "Catedral de Sevilla", também um dos principais edifícios de Sevilla pela sua imponência e importância, e onde existe uma grande concentração de turistas e a animação de rua ganha muita expressividade.



Vista uma boa parte de Sevilha, ou pelo menos as obras mais conhecidas e referênciadas nos roteiros, e isto tudo com um clima que nos permitiu andar de t-shirt num final de fevereiro europeu, era altura de regressar ao hostel/pensão, onde comeríamos umas sandes e chocolates comprados no mercado "chino" e onde repousaríamos as pernas para na manhã seguinte partirmos rumo a Granada.

Sevilha também é conhecida pelos espetáculos de Flamengo e uma noite muito atrativa e dinâmica, nós por questões de calendário, gestão de tempo e fisíco que nos limitaram, optamos por não comprovar isso mesmo, ficando para uma próxima vez. Sendo Sevilha é uma cidade muito chamativa e de clima agradável deixa aos que a visitam um grande desejo de voltar, parecendo que tem sempre algo mais para oferecer. Que magnífico lugar este!


3º dia

No dia 26 de Fevereiro de 2012 e terceiro dia de viagem partimos de Sevilha rumo a Granada. Eram cerca das 12h30 quando o "autobus" chegou à estação destinada aos autobuses vindos dos mais variados locais, logo que saímos do "autobus" derigimo-nos a uma espécie de posto de turismo ou balcão de informações turísticas onde rapidamente ficamos a saber quais os "autobuses" citadinos a pegar para ir para o longínquo centro da cidade e onde se localiza o hostel e onde quereríamos deixar as malas. Ainda mal tinhamos chegado a esta cidade espanhola e começamos por registrar algumas curiosidades, como a maioria das casas serem brancas e de janelas pequenas como convém para atrair o menos possível os raios solares e consequentemente o calor. As ruas confusas e o estilo de artesanato,vestuário e lojas bem de estilo árabe. Nós viriamos a Granada para ver isto mesmo, o porquê de tanto se falar em Granada, na cultura árabe a ela associada, e o palácio "La Alhambra". Foi no palácio "La Alhambra" onde passamos a tarde deste domingo quente de Fevereiro, um palácio árabe enorme que fica no topo de um monte, assinalando a sua presença e beldade. Quando entramos neste mundo árabe edifícado,  espantamo-nos como as exuberâncias de um edifício muçulmano podem chegar a um nível de detalhe incrível! As paredes com as escrituras esculpidas desde o chão até ao teto e os tetos com geometrias e promenores muito minuciosos fazem deste palácio uma das grandes edificações imperdíveis da Europa.




Depois de visitarmos esta obra-prima e ainda antes do pôr-do-sol descemos à cidade para depois conhecermos outros pontos de interesse de Granada, como a Catedral, as ruas movimentadas e estreitas da cidade, o comércio e os costumes de gentes mais morenadas. Ao cair da noite regressamos à "Pénsion Duquesa", que é também empreendimento turístico totalmente voltado para o conceito hostel e onde fomos recebidos muito bem, sempre simpáticos os funcionários da receção, o quarto limpo, com uma casa de banho(banheiro) partilhada sempre limpa, um pequeno almoço(café da manhã) suficiente e um preço imbatível para uma pensão/hostel que se localiza a 5min a pé da catedral, gostamos muito de aqui ficar.


4º dia


Este dia 27 esteve sempre reservado ao monte branco que vislumbravamos quando olhávamos o horizonte apartir do centro de Granada. É muito fácil ir do centro de Granada para a Serra Nevada, bastando às pessoas interessadas agarrarem um autobus que sai da estação de autobuses e tem como destino a Serra Nevada. Foi isso que fizemos, logo pela manhã do dia 27 e depois de termos consultado os horário de partida de partida do autobus, pegamos num táxi e com alguma pressa conseguimos entrar no "autobus". Confesso que nunca tirei 3 bilhetes de uma máquina tão rápido... este "pequeno" stress matinal deve-se ao fato de não haver muitas partidas para a Serra Nevada, de os "autobuses" sairem todos à mesma hora, ou seja, ou era o das 10h ou então teríamos de de ir no das 15h ou 18h, o que estava obviamnete fora de questão!! Era o das 10h que tinhamos de conseguir e felizmente conseguimos....
A viagem até à Serra Nevada dura mais ou menos 1hora, acontecendo nessa hora um encontro com uma brasileira que se sentou ao lado da Roberta. Uma grande coincidência e uma sensação otima para nós viajantes. A Renata, assim se chamava a Paulista, foi nos contando que está aqui num intercâmbio estudantil e como em qualquer um na sua situação está "aproveitando para viajar um pouco", como acrescentava quando falava para casa "Pai eu não vou ficar esperando ninguém, senão corro o risco de não fazer nada, vou viajar". Contava que não se importava de partir para as viagens "sozinha", e só partia, porque como demostra este caso, quando partimos sozinhos isso não quer dizer que a viagem vá ser um conjunto de momentos solitários, mas muito pelo contrário, existindo uma maior disposição, geralmente se fazem amizades incríveis e por vezes para toda a vida!
Retomando a chegada à Serra Nevada, a cidade instalada no alto da montanha e completamente envolvida por um manto branco, nós os quatro nem sabíamos para onde nos virarmos, incrível a quantidade de Snowboarders e Esquiadores trajados com aqueles fatos coloridos, a quantidade de lojas a vender experiências, as casas e unidades hoteleiras dispostas ao longo da montanha, a imensidão de pistas, tudo muito bonito e...branco! Fabuloso!!


Na Serra Nevada estamos na nossa presença de tudo o que imaginámos sobre uma cidade instalada a uns bons metros de altitude... e apesar de tudo se pagar.
 
Quando digo que tudo se paga, é TUDO mesmo. Se formos à Serra Nevada e quisermos estar um pouco na neve, sem esquiarmos, praticamente não podemos se não pagarmos! É verdade que por vezes chega até a ser um pouco ridículo, ter a cada pedaaço de neve alguma cerca a envolve-la, e quando não existe cerca, a neve não é neve é gelo. Visto isto pagamos para usufruirmos um pouco, já que tinhamos chegado até ali, e já que Luiza e Roberta nunca tinham visto neve. Optámos por nos dedicar a um conjunto de atividades durante mais ou menos uma hora, divertimo-nos imenso às custas do Bi-ski, uma espécie de bicicleta que em vez de rodas tem umas pás de ski, e também com uns pneus gigantes insufláveis que deslizavam por uma ladeira de neve. Deu para muitas risadas, uns tombos e várias fotos.
Ao sairmos das atividades e quando a fome já estava a aumentar dirigimo-nos para a zona da restauração. Enquanto isso descobríamos um local para fazermos o tão desejado boneco de neve, não perdendo esta oportunidade deitamos mãos à obra, ficou um boneco cheio de estilo.


A zona da restauração e muito vasta, com todas as cadeias internacionais de fast-food a marcarem presença forte, contém o restaurante "Pans & Company", onde almoçamos e passamos os últimos momentos naquele monte branco imenso.


De regresso novamente a Granada, estivemos a explorar mais um pouco do que este "império árabe" tem para nos oferecer. Passeamos por entre rodas estreitas e outras um pouco mais largas, chegamos à redonda da Plaza de Toros que não muito surpreendemente é composta pelos sempre promenores árabes. Quando voltamos era já de noite despedimo-nos da Renata, fomos jantar e depois dormir. No dia seguinte o "autobus" esperava-nos às 7h00 e regressaria ao ponto de origem Salamanca.

Salamanca numa palavra: Universidade (já postado anteriormente).

Sevilha numa palavra: Cor.

Granada numa palavra: Árabe.

Serra Nevada numa palavra: Branca.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Carnaval del Toro - Ciudad Rodrigo



Neste ano de 2012 decidi passar o carnaval em Cidade Rodrigo, muito conhecido em terras espanholas e não só, e fora dos padrões normais a que portugueses ou brasileiros estão habituados, é um carnaval que tem por base toda uma cultura taurina, sendo as touradas uma tradição secular no reino de espanha e os touros um símbolo que enchem os espanhóis de orgulho.

O relógio marcava as 11h do dia 19 de fevereiro de 2012, quando eu, Luíza e Roberta (já habituais presenças como parceiras de viagem) e mais umas dezenas de pessoas inseridas em 4 autocarros/onibûs partimos em direção a "Ciudad Rodrigo". O carnaval desta pequena cidade é declarado itenerário turístico nacional, e para habitantes de Zaragoza, Salamanca, Valladolid ou até mesmo Madrilenos ou Portugueses (visto que Cidade Rodrigo fica muita próxima da fronteira entre Portugal e Espanha), este é o destino em época de carnaval. Quer pelas touradas, quer pela animação que acontece pelas ruas da cidade, é uma forma de habitantes de terras que não tem grandes tradições no carnaval poderem aqui divertir-se do nascer do sol ao nascer do sol.


Quando chegamos Cidade Rodrigo por volta do meio-dia, logo nos deparamos com um clima de muita festa e euforia geral, provocado por pessoas que saíam dos autocarros/onibûs vindos de diferentes pontos de origem. Era hora de sair da "estación de autobuses" para rapidamente entrarmos num ambiente composto por imensos carrocéis e barracas de comércio que vendiam todo o tipo de coisas, fazendo lembrar as animações que acompanham as festas populares em Portugal. Estas animações, mais modernas e menos tradicionais, encontravam-se do lado de fora das muralhas que revestem grande parte da cidade. O centro histórico, os principais marcos turísticos da cidade e os atrativos que praticamente nos fariam vir até aqui, situam-se no interior das muralhas, à semelhança de Óbidos (Portugal) ou Ávila (Espanha).

Entrando por uma das portas das muralhas, vislumbramos a "Catedral de Cidaud Rodrigo", ..... aproveitamos para tirar umas fotos e ir ao posto de turismo que ficava mesmo à vista. Muito prestáveis e com muita simpatia (por vezes difícil encontrar em Espanha), esclareceram-nos sobre o programa de carnaval, os hábitos tradicionalmente seguidos e as ruas por onde se concentrava a maior animação.

Com o mapa na mão, oferecido pelo posto de turismo, facilmente chegamos à rua por onde se faria a largada dos touros! No "Carnaval del Toro" os touros são largados num determinado Ponto de Origem, avastado e do lado de fora das muralhas, com objetivo de estes percorrerem o caminho que os leve até à "Plaza Mayor", onde ficam a repousar até à próxima largada, onde os touros saem em sentido contrário Plaza Mayor - Ponto de Origem. Nestas largadas de touros pelas ruas da cidade são milhares de pessoas que se enchem de coragem e movidas por um orgulho arrebatador, colocam-se a correr à frente, ao lado, e atrás dos touros, numa espécie de ritual em que o que conta é atingir a máxima adrenalina possível procurando chamar a atenção de Touros Bravos com chifres bem afiados. Uma loucura ?? Talvez, sendo que aqui preferem chamar de tradição cultural, partilhada por milhares de pessoas à centenas de anos.

Conseguimos ver uma das largadas, aquela que seguiu da Plaza Mayor até ao Ponto de Origem que ficava fora da cidade, não nos envolvendo em qualquer em qualquer correria à frente de uns quaisquer chifres de um Touro, mas preferindo observar atentamente (e calmamente..) do topo das muralhas.
Terminada a largada, por volta das 14h00, dirigimo-nos para a Plaza Mayor, que agora estava sem os touros. Passámos por imensas ruas em festa, imensos disfarces, bandas que tocavam músicas de carnaval, imensos bares que atingiam a sua maior cota em vendas de bebidas alcoólicas, pelo ritmo do carnaval nas ruas a alegrar as pessoas.


Na Plaza Mayor, um pouco diferente da de Madrid e Salamanca, mais esguia e estreita, embora numa forma mais retangular, continha toda a estrutura necessária para as touradas e exposição dos touros entre a largada da manhã, onde os touros chegam aqui, e a largada da tarde, de onde os touros partem da praça.
Decidimos ficar numa das bancadas, já que a tourada de exibição começava às 16h30. Depois de um tempo de espera chegaram os touros, os toureiros e com eles todo aquele ritual das tourada.
Entra o primeiro toureiro que atira o chapéu taurino para o chão do palco, tendo que ficar direito, pois se ficar virado ao contrário então dizem que dará azar. Vieram três toureiros, que seguindo a superstição do chápeu não tiveram qualquer azar e venceram os três touros. Em Espanha os touros são mortos na arena seguindo um conjunto de rituais desta tradição do reino.



Depois das touradas principais, seguir-se-iam as touradas para o povo, estas tem como objetivo dar a oportunidade a qualquer um de enfrentar o touro, que é lançado na arena e onde centenas de pessoas euforicas o enfrentam. Foram oferecidos três touros, mas estes não são mortos, porque isso é privilégio apenas reservado aos toureiros. Aliás, por vezes quando o touro é muito bom e valente, as pessoas e o toureiro nem consenso não o matam, dando-lhe o prémio da sobrevivência.


A tourada é uma tradição com centenas de anos em terras de Espanha, com um conjunto de rituais e superstições infindáveis, nunca fui adepto ou fã de grandes toradas, a verdade é que não sou, sendo este carnaval diferente do típico Carnaval a que estou habituado, mas encontrando-me muito perto do local e sendo um profissional do Turismo, tornou-se quase obrigatório viver esta tradição, nem que seja por pouco tempo. Defensor de que teremos mais razões para criticar depois de observarmos, escutarmos e muitas vezes sentirmos, é um tema de grande discussão, nos tornando mais sensíveis a qualquer tipo de opinião.
 
 Cidade Rodrigo numa palavra: Touros!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

♫ Cheira a Lisboa ♫

1º dia

Cheguei à estação dos comboios/trens de Lisboa Santa Apolónia no dia 21 de janeiro de 2012 às 10h30, em conjunto com Luíza (minha fiél companheira de viagens) que chegava vinda de Salamanca. Depois de nos termos cumprimentado, perguntado um ao outro como tinha sido a viagem, dirigimo-nos de metro para o estádio da Luz afim de comprarmos os ingressos para o jogo entre a equipa da casa, Sport Lisboa e Benfica, e o Gil Vicente. Um dos grandes objetivos desta viagem era o de ver um jogo de futebol, fosse por gostarmos muito de futebol, fosse por nos tempos atuais ser um verdadeiro espetáculo de massas e bom programa de domingo à noite, fosse essencialmente por Luíza nunca ter assistido a um jogo de futebol ao vivo. Assim, foi muito fácil chegar à estação de comboios/trens de Santa Apolónia até ao estádio da Luz, agarrando no metro no piso subterrâneo da estação dos comboios, fomos na direção Colégio Militar/Luz, onde mal tinhamos saído da estação e já se avistava " A Catedral", como os adeptos do Benfica gostam de chamar ao Estádio da Luz. No caminho até à bilheteira os tons de vermelho iam predominando e aumentando, as crianças das escolas de futebol do Benfica iam-se ouvindo, o ambiente composto por uma Megastore do Benfica, clinícas médicas do Benfica, escritórios do Benfica e até agências de viagens do Benfica, dava para sentir a grandeza do eleito pela FIFA como o 12.º maior clube de futebol do século XX. Parados em frente de um mapa, seguimos a indicação que nos levaria até às bilheteiras, que se localizavam dentro da Megastore, que é um verdadeiro shopping do Benfica, tem lojas exclusivas a sócios e outras para o público em geral, com imensos "recuerdos" do Benfica e material de apoio ao clube, mas também outros artigos que não estão diretamente relacionados com o Benfica. Aqui entre a compra de um porta-chaves e uma foto tirada com a estátua do melhor jogador português de todos os tempos, Eusébio, que adquirimos os bilhetes para o jogo de domingo à noite.


Com a vontade de comer a aumentar e com as malas já deixadas no hotel, decidimos almoçar em Belém e comer o Pastel de Belém na Fábrica Original. Para chegar a Belém pegamos num comboio em Entrecampos (local onde se situa o hotel) e saímos na estação de Belém, que fica a uns 3 minutos do centro histórico. Almoçamos com vista para a nossa sobremessa, os desejados Pastéis de Belém, que tenho a dizer que são "de chorar por mais...", vale mesmo a pena nos deslocarmos até Belém aquando duma visita a Lisboa para provar esta autêntica proeza da gastronomia portuguesa. Em Belém existem imensos turistas, e percebe-se logo o porque, pois tem vários espaços verdejantes com museus, parques e jardins, possuindo um atraente ambiente ribeirinho com cafés e um passeio público.

Entre os simbolos históricos destacam-se o Mosteiro do Jeronimos com uma fachada muito rica e trabalhada e onde no seu interior tem os tumulos de dois dos maiores símbolos da história de Portugal, que são Luís de Camões e Vasco da Gama. Temos também, naquela mesma zona a Fundação Berardo, que costuma ter sempre uma exposição de arte, e que fica perto da Torre de Belém, um dos cartões postáis de Lisboa. Junto à Torre de Belém temos uma réplica do primeiro avião a realizar a travessia áerea do Atlântico-Sul e que foi realizada pelos portuguêses Gago Coutinho e Sacadura Cabral e ainda o Padrão dos Descobrimentos que é uma homenagem às descobertas por parte dos heróis do mar portugueses. Belém é uma freguesia de Lisboa, onde tudo nos faz lembrar a época dos descobrimentos marítimos portugueses.

 






  






Depois de um regresso ao passado e de tirarmos mais de uma dezena de fotos, fomos ao início da noite, para o centro de Lisboa, zona o Rossio, Baixa-Chiado, zona do Bairro Alto, onde a vida é bem mais agitada e onde podemos tomar um "drink" no Hard Club Cafe Lisbon. Aconselho mesmo uma paragem neste Hard Rock Cafe, como em todos os espalhados pelo mundo inteiro, a qualquer viajante que passe por grandes centros urbanos. Caracterizado por imensos adereços de artistas famosos expostos nas paredes, por um ambiente e decoração roqueiro e animado, vale muito a pena! Eu nunca resisto e já tenho uma coleção de t-shirts destes cafés cheios de estilo.


2º dia

O dia de domingo estava destinado a ser passado na vila de Sintra, pertencendo ao distrito de Lisboa. Para esta visita à vila que é classificada pela Unesco como património mundial, devido à paisagem magnífica, pedi ao Gonçalo Rodrigues, meu grande amigo natural de Sintra e conhecedor como ninguém desta vila para nos acompanhar. A vila é mesmo muito bonita, requintada e com muitos espaços verdes, onde não se pode construir nada para não perder a classificação de "Paisagem Cultural de Sintra - Património Mundial". Existe um vasto património material que torna esta paisagem única como o Castelo dos Mouros que se vê do centro da vila, o Palácio Nacional da Pena, o Palácio Nacional de Sintra, o Palácio da Regaleira, entre outros. Mas para além do material, temos também um rico património imaterial, através do Fado, um estilo musical português e patrimônio imaterial da humanidade, e as Queijadas de Sintra e Pastéis de Sintra (hmm..obrigado Gonçalo!!), da gastronomia Lisboeta. Uma tarde muito bem passada com excelentes companhias numa vila que nos faz parar no tempo.




Já durante o pôr-do-sol deixavamos Sintra, pegavamos o comboio de volta, despediamo-nos do Gonçalo e chegávamos ao hotel para nos "trajarmos" a rigor para o jogo de futebol. Com as camisas do Benfica e os cachecóis no pescoço rumamos com "um mar de gente" até à porta de acesso à nossa bancada, alguma demora para a verificação dos bilhetes e uma das melhores sensações que podemos sentir na nossa vida... Acho que toda a gente quando se depara com a visão de um estádio cheio de adeptos a cantar os hinos dos seus clubes, com os cachecóis erguidos apontando para o céu, ficam por momentos sem palavras, quase impossível não se ficar. Muito Bom!!

Durante o jogo, que foi o primeiro de Luíza ao vivo, o Benfica e o Gil Vicente batalharam intensivamente e muito de igual para igual, como aliás demonstrava o empate a 1 golo aos 70 minutos. Quem sabe se embalados pelos cantigos dos adeptos ferverósos que gritavam "♫ Oh Sport Lisboa, e o Benfica, o campeão! / Mostra a tua raça o querer e ambição / Nós só queremos o Benfica campeão!!! ♫", o Benfica marca aos 72 minutos o 2-1, e dois minutos mais tarde por Pablo Aimar o 3-1. Um misto grande delírio e alívio nas bancadas, o resultado estava feito 3-1 a favor do Benfica. Luíza comentou comigo que adorou o jogo, e com um tom de boa disposição perante os assobios dos adeptos para os arbitros diz "Caramba ninguém gosta desses caras mesmo né...", não contive um sorriso.
Saímos do interior do estádio novamente num mar de adeptos que comentavam entusiasmamente o jogo, comemos um cachorro e nos dirigimos para o hotel.


3º dia

O terceiro e último dia da viagem foi passado na Parque das Nações em Lisboa, uma parte mais moderna de Lisboa, é o local onde se realizou a Expo`98, uma exposição mundialmente em que uma das principais atrações são os pavilhões nacionais, criados pelos países participantes, entre outros pavilhões que tem a ver com a ciência, história, a realidade virtual, entre outros e tudo isto envolvidos por uma temática. Nesta Expo a temática foi os oceanos e que até hoje se mantêm naquela área, mesmo depois de a exposição ter acabado, designado por Parque das Nações, é um local onde se realizam muitos eventos, exposições com importância nacional e mundial, e onde está localizado o segundo maior oceanário do Mundo, o Oceanário de Lisboa.
Nós fomos visitar este oceanário que contém uma impressionante abundância de aves, mamíferos, peixes e outros habitantes marinhos. É muito fácil andar e visitar o oceanário de Lisboa, sempre seguindo um precurso pré-estabelecido, faz-nos precorrer os diferentes habitats dos diferentes oceanos ricos em fauna e flora. Ao longo do percurso temos várias mensagens de consciencialização ambiental e terminando no fim com a mensagem "Promover o conhecimento dos oceanos, sensibilizando os cidadãos em Geral para o dever da conservação do património natural, através da alteração dos seus comportamentos.", esta a missão do Oceanário de Lisboa. O Oceanário de Lisboa retrata um pouco como Portugal é um país de marinheiros, pescadores e apaixonados pelo mar, é mais do que um aquário, é uma viagem ao fundo dos oceanos. Lindo!

Depois de "nadarmos" pelos quatro oceanos em relativamente pouco tempo, cerca de 2 horas, era hora de ir embora. Luiza regressou a Salamanca e eu à minha terra natal Porto.


Lisboa numa palavra: Mar!