quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ciudad Universidad de Salamanca

1º dia

A viagem para a cidade universitária de Salamanca ocorreu na noite de 04 de Dezembro de 2011, logo após um dia passado em Madrid e já sem a companhia do Zé e da Ana. Quem leu "Um dia de Dezembro em Madrid", já deve ter perguntado para si próprio no porquê de eu levar uma mala para Madrid e deixá-la num cacifo do Aeroporto, se estive lá apenas um dia? Tem lógica fazer esta pergunta, porque o motivo desta viagem foi o de encontrar-me com uma menina brasileira muito especial para mim, que se chama Luíza e que conheci no Brasil, e que chegaria com uma amiga.
Tinha muitas saudades, era um encontro muito esperado, e depois de tanta espera e ansidade finalmente encontrei-me e tal como estava à espera, tudo muito "boa onda" como dizem os brasieliros. :)
Com as malas dos três, documentos e tudo pronto era hora de rumar a Salamanca. Para este trajeto de Madrid-Salamanca iríamos  utilizar um autocarro (ou onibûs) da rede "Avanza" que se consegue pegar no "Terminal de Autobuses" que fica em frente do Terminal 1 do Aeroporto de Barajas, numa espécie de parque de estacionamento. Conseguimos embarcar mesmo em cima da hora (19h) rumo a Salamanca, onde chegaríamos três horas depois e onde eu iria ficar hospedado no excelente Revolutum Hostel.


Este Revolutum Hostel em Salamanca merece mesmo umas palavras de elogio da minha parte. Estes meios de alojamento, denominados de hostels, são muitas vezes os mais escolhidos quando se está na estrada, por serem cómodos e bem localizados, mas acima de tudo por serem geralmente mais baratos que os hotéis. Este hostel é muito bom, sendo o melhor que já estive até à data, quer seja pela localização, quer seja pela limpeza, simpatia dos funcionários e facilidade de fazer amizades, quer seja estarmos envolvidos por um design espetacular! É um hostel com o verdadeiro espirito de viajante de mochila às costas, tendo inerente toda a cultura dessa palavra. Fantástico !!
 


2º dia

Na manhã de 05 de Dezembro e aproveitando que o hostel fica em plena zona histórica de Salamanca fui fazer um passeio de reconhecimento pela cidade, tendo visto a  biblioteca pública de Salamanca que fica num edifício gótico muito característico e designado de "Casa de las Conchas", pois é revestido por inúmeras conchas esculpidas na sua fachada. Fica de frente para a antiga Universidade Pontificia, uma universidade privada da igreja católica e que pela sua importância e história dispõe de visitas guiadas a certas zonas da universidade.

Não muito longe dali, e porque o centro histórico fica muito concentrado, antes do almoço pode vislumbrar a imponente Catedral de Salamanca, que é constítuida por duas catedrais, a Catedral Vieja de Salamanca do séc. XIV e a Catedral Nueva de Salamanca séc. XVIII e que juntas fazem a Catedral de Salamanca. Uma curiosidade da Catedral Vieja de Salamanca é que quando foi reformada em 1932, o arquiteto responsável acrescentou uma pequena estatueta de um astronauta, em homenagem a Iuri Gagarin, e que gera uma certa polémica para as pessoas que a visitam e não sabem da refoma.



A tarde chegava, e nada melhor como almoçar com as minhas companheiras de viagem Luíza e Roberta e que de manhã tinham ido para o curso de espanhol, um dos motivos que as trouxe a viajar para a Europa. Tanto ao almoço como ao jantar, e como nesta viagem o que interessava mais era o encontro com pessoas, a obsorvação de um maior número de paisagens, monumentos e conhecimentos e o que menos interessava eram as refeições, comemos num mercado, compramos pão, o que colocar dentro dele, umas bebidas e "bora" rumo à "Plaza Mayor de Salamanca", talvez o elemento histórico mais conhecido de Salamanaca, e das praças mais bonitas bonitas do Mundo. Tal como outras plazas mayores de Espanha, é uma praça rectangular rodeada de todos os lados de edifícios, sendo a entrada só possível através de alguns pórticos existentes. Nesta praça existem imensos restaurantes e realizam-se inúmeros eventos ao longo do ano, como por exemplo, a "Nochevieja Universitária de Salamanca" que simboliza a passagem do ano feita para os estudantes, que se realiza no último dia de aulas antes das férias das festas que se realizam por esta altura (Natal, Passagem do Ano e Dia de Reis).



Passaríamos mesmo uma grande parte da tarde no interior ou nas imediações da grande praça, para depois depois as minhas companheiras regressarem às aulas e eu andar até à famosa "Universidad de Salamanca". Escolhi fazer este trajecto pela zona junto ao rio, pensei que seria mais agradável e depois voltaria pelo interior. Assim, até chegar à Universidade, segui pela "Calle de San Pablo" e depois pela ponte dos "Reyes de España", onde atravessaria o rio até chegar à outra margem e ficaria com uma paisagem única sobre uma parte da zona histórica de Salamanca, tirada a foto e como a Universidade não ficava deste lado da cidade, atravessei a conhecida "Puente Romano", que é um dos principais simbolos da cidade e por onde só passam peões devido à preocupação conservadora.
Caminhei, caminhei, caminhei... passei pelo bonito centro de arte Déco, caminhei... e caminhei e cheguei à "Universidad de Salamanca", a universidade mais antiga da Península Ibérica e das mais antigas da Europa, data do ano de 1218. Atualmente com mais de 35 000 alunos, é hoje uma das instituições universitárias mais prestigiadas da Europa, atraindo estudantes de todo o Mundo.
Depois de ter observado uma Universidade com muita história mas também com um toque de modernismo, devido à adaptação aos novos tempos, haveria que voltar para o hostel. Meu telefone tinha ficado sem bateria e meu mapa estava lá, o esquecimento de não ter colocado o telefone a carregar na noite anterior poderia ter saído caro, mas felizmente segui por uma estrada, e sempre com a catedral como ponto de referência, foi fácil regressar ao hostel, onde me esperava ao jantar a comida comprada no mercado à hora do almoço.

De noite, fui ver com a Luíza, minha companheira de viagem, as iluminações de uma cidade que se transforma do dia para a noite, uma cidade onde de dia vemos estudantes, peregrinos, turistas de mochilas às costas, o turismo no seu expoente máximo e onde de noite se transforma em cidade de requinte, luz e romantismo.



3º dia

No terceiro dia, depois de uma noite bem dormida e ainda antes do "desayuno", estive à conversa com uma viajante espanhola que trabalha na Bélgica como camareira e está a tirar um tempo para viajar pelo Mundo. Apaixonada por viajar e sempre orgulhosa da sua terra natal Astúrias, em que realçava o verde constante e lhe chamava "Astúrias Verde", contou-me que vinha de Portugal e que agora estava a viajar por Espanha, que nunca imaginou ser tão diferente de localidade para localidade, e que estava a contar chegar à... China! Contou-me um pouco sobre os seus projetos e ambições e como os estava a contar fazer isso. Uma conversa de partilha de sonhos em que o português se misturava com o espanhol e às vezes até com o inglês até à hora do pequeno-almoço/café da manhã e em seguida... perder-me. De fato até foi uma situação premeditada, às vezes partir sem destino, em vez de seguirmos por uma estrada que vem em todos os guias turísticos, podemos descobrir o mais inesperado e que nos valorize a viagem. Foi então isso mesmo que fiz, sempre com o pensamento que se não soubesse voltar, tinha o meu "mapa virtual" e o endereço do hostel podendo perguntar a qualquer um "cómo llegar?", fácil - vou me perder!

Neste passeio matinal conseguiria ver Salamanca um pouco com o olhar de residente, muito mais calma em certas zonas, e em outras mais agitada, descobriria a Av.de Portugal (que sim existe!!!!) e um café, onde acabei por almoçar, que se chama "café Gaudi", e que tem uma decoração alusiva ao artista que "modelou" Barcelona.


Com o relógio a marcar 13h e as minhas companheiras de viagem Luíza e Roberta a sair das aulas, era hora de encontrar-me com elas no local combinado na Plaza Mayor. Daí partimos para a visita às torres medievais da "Catedral Vieja de Salamanca", onde se pode ter uma visão magnífica do seu topo e onde envolvidos por uma arquitetura quase milenar, reduzimo-nos a seres muito pequenos que conseguem construir edifícios que nos premitem ver de maneira diferente. Muito bom e vale mesmo muito a pena a visita. Saímos era já de noite, e nada melhor que um lanche/jantar em que tivesse chocolate quente no meio, não se pode dizer que o atendimento foi bom, porque foi péssimo, e o porque de às vezes valer a pena nos afastarmos dos itenerários turísticos, mas abstraindo-nos disso o chocolate quente e o brownie eram deliciosos, deixando saudades. Com barriga cheia e a cama a chamar por mim resolvi obdecer-lhe e depois de me despedir das meninas fui para o hostel, de onde iria sair no dia seguinte para ir para outro hostel.






4º dia

Quarta-feira foi dia de mudança de hostel logo pela manhã, com alguma pena minha, mas o que me exigiam pela próxima noite em que não tinha feito reserva era o que me tinham cobrado pelas outras 3 noites (o preço a pagar quando decidimos algo à última da hora e ainda por cima vespera de feriado!). A solução seria o hostel Los Hidalgos, não seria um hostel tão bom, mas a qualidade-preço  é muito boa e dispõe de wi-fi (que hoje em dia é uma mais valia). Iria mesmo tirar um pouco do dia para descansar para mais tarde aproveitar a noite, o que ainda faltava descobrir de Salamanca, e nada melhor que a véspera de feriado de dia 8 de dezembro. O bares de Salamanca passam boa música e tem um ambiente jovem e descontraído.

5º dia

Ao feriado de dia 8 de dezembro, minha família sabendo que me encontrava em Salamanca, aproveitando a proximidade com o Porto e o fato de ser feriado, decidiu ir almoçar comigo com Roberta e Luíza. Na companhia do meu avó, minha mãe e minha irmã mais nova almoçamos num clima de apresentações, comidas típicas, sorrisos e algumas fotos, antes do meu regresso a Portugal com a família.


No final desta viagem sinto que conheci uma cidade riquissíma em história, onde tudo à nossa volta nos faz relembrar daqueles contos medievais entre reis e rainhas, príncipes e princesas. Com os edifícios antigos e modernos obedecendo a uma arquitetora e decoração acompanhando a história, é uma cidade capital da cultura (em 2002), com imensos hosteis, ambiente jovem e muito muito bonita.


Salamanca numa palavra: Universidade! 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Um dia de dezembro em Madrid

No dia 04 de dezembro de 2011 parti rumo a Madrid, cidade capital de Espanha, com imensa história e com um património linguístico e material dos mais antigos do Mundo, este dia de domingo tinha tudo para ser de bons momentos e boa disposição.


Esta viagem, como em qualquer outra viagem, começou na cidade de origem e neste caso a minha cidade do Porto. Surgiram aquelas preocupações do costume: não esquecer de colocar na mala a escova de dentes depois de ter acabado de escovar os dentes, confirmar se os liquidos que lavava na mala passariam pelo control da companhia low-cost (todos com menos de 100ml!), se a mala não ultrapassava os dez quilos exigidos,... se tinha comigo o doc. de identificação e o BILHETE DE AVIÃO!! Tudo OK!


Parti do Porto eram ainda 06h30 da manhã, ainda com algum sono, mas com um amanhecer único visto do avião e a duração da viagem a rondar a uma hora, rapidamente cheguei a Madrid na companhia da minhã irmã Ana Vidal e do humorista Zé Pedro (pelo que a boa disposição estaria sempre presente!). Ainda com o lento surgimento do Sol como pano de fundo dirigimo-nos para a "Puerta del Sol", considerada a porta da cidade e onde está a estátua de cerca de 20 toneladas e símbolo da cidade de Madrid "El Oso y El Madroño", que representa o urso comendo a fruta de uma árvore frutífera da família da cerejeira. Também podemos encontrar a "La Real Casa de Correos y El Reloj de la Puerta del Sol", onde se encontra atualmente a Presidência do Governo da Comunidade de Madrid. Foi aqui mesmo neste local que decidimos tomar o "Desayno"(pequeno almoço), com os "churros" típicos e que no inverno os espanhois costumam acompanhar com o saboroso chocolate quente, hmmm... como dizem os portugueses "de chorar por mais..."

 

Depois do pequeno almoço e do atendimento tipíco hispânico, em que falam e agem muito depressa e em que nos limitamos por vezes a responder com a cabeça, fomos em direção à "Plaza Mayor de Madrid", obra muito comum em diversas cidades espanholas, e que é uma praça rectangular rodeada de todos os lados de edifícios, sendo a entrada só possível através de alguns pórticos existentes. Nesta praça existem imensos restaurantes e realizam-se inúmeros eventos ao longo do ano, neste dia estavam as habituais comemorações de Natal.

Madrid é uma cidade  com uma arquitetura muito rica e em cada esquina desta cidade temos a impressão que por aqui passaram os maiores e mais conceituados desenhadores, sonhadores, inventores e construtores que a história da humanidade já conheceu.
Essa impressão quase passa a certeza quando nos deparamos com a obra do arquiteto Juan Batista Sachetti, o Palácio Real de Madrid, este património nacional é a residência oficial do Rei de Espanha e atualmente o maior palácio real na europa. O Palácio Real de Madrid dispõe de visitas, que para quem tiver tempo ao passar por esta cidade é uma hipótese a considerar.

Ainda antes do almoço, e como não ficava muito longe do local onde nos encontravamos, partimos em direção à "Plaza de España", onde nos deparamos à chegada com uma manifestação contra o vestuário com peles de animais verdadeiras e que estava a ser fotografada pelo fotógrafo de nús muito famoso Spencer Tunick. Foi de fato uma surpresa e claro uma situação estranha porque os protagonistas estavam nús e a serem regados com uma espécie de sangue artificial e onde uma senhora espanhola exclamou baixinho "La verdad es que impressiona!" O local escolhido para a foto foi o que para mim é o local mais bonito de Madrid, a Plaza de España. Com inúmeras esculturas que homenageiam o escritor Miguel Cervantes, destaque para as suas personagens Dom Quixote e Sancho Pança, onde se destacam também os edifícios em torno desta praça e onde sai a "Gran Via", principal artéria da cidade, faz desta praça uma das mais importantes de Madrid e de Espanha.


Pela "Gran Via" passando pela "Calle Mayor" (rua das maiores e mais famosas boutiques do mundo!) e apanhando um metro sequimos para o tão desejado... almoço! O "Mercado de San Miguel" é um local onde podemos comprar as melhores "Tapas" do Mundo, beber um bom vinho e conviver muito, porque tem muita gente e o diálogo sai com muita facilidade. Não é o melhor lugar para quem quer conforto, não é de todo o local indicado, mas se querem conviver com as pessoas locais, saborear o que de melhor a gastronomia espanhola tem (porque é boa, bastando vir a um local como este!), sair e ficar com a sensação que foi das melhores opções que tomaram, então este é o local. Para quem conhece o mercado sabe que é um ponto de paragem obrigatório, para quem não conhece e pensa visitar Madrid, aqui fica o meu conselho, vão!


Depois do almoço tardio e para terminar este dia na capital espanhola, nada melhor que um passeio pelo "Parque do Retiro", onde a Natureza impera no meio de uma metrópole. Uma última foto, outros tantos sorrisos, e algum cansaço nas pernas e chegava a hora de regressar ao aeroporto.

No final... Adorei Madrid! Uma cidade com imensos edíficios antigos, com imensos edíficios modernos, com pequenos e grandes jardins fazendo sempre lembrar a importãncia da natureza, as imensas pessoas a andar de bicicleta ou a fazer desporto dando vida à cidade, com imensas lojas e movimentação assume-se como um dos grandes centros urbanos do Mundo.



Madrid numa palavra: Real!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

"Hoje é o Dia !"

Hoje é o dia em que começo a escrever neste blog, um dia importante e de felicidade para mim, porque finalmente estou a iniciar o que queria fazer à já muito tempo. Este é um blog de viagens onde pertendo partilhar as minhas aventuras, rotas e novos itenerários, experiências boas e más, a descoberta de novos locais e do inesperado e fazer novas amizades.
A minha paixão por escrever e registrar os vários acontecimentos de uma viagem e de me tornar um "blogista" surgiu durante o ano de 2010 quando realizei um intercâmbio estudantil de um ano no Brasil, e procurava transmitir à família, amigos, e até a alguns desconhecidos, os momentos que em conjunto com 3 amigos ia vivendo num país de imensa cultura, diversificidade, e inúmeros contrastes como o Brasil.

Para quem quiser saber mais sobre esta trip realizada em 2010, o blog dessa viagem chama-se:

Brasil numa Palavra: Paixão!